Baía de Algoa, na África do Sul, recebe título de Patrimônio das Baleias

A Baía de Algoa, na África do Sul, é a mais recente localidade a receber o título de Sítio Patrimônio das Baleias (Whale Heritage Site – WHS, em Inglês). A África do Sul é por ora o único país com dois locais reconhecidos com a denominação.

O selo Patrimônio das Baleias é um modelo global de acreditação desenvolvido pela Aliança Mundial pelos Cetáceos (World Cetacean Alliance – WCA, em Inglês) e apoiado pela Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que trabalha em prol do bem-estar animal. Ele atesta o compromisso da comunidade em respeitar e celebrar baleias, golfinhos e outros cetáceos (vale lembrar, na classificação do Reino Animal, cetáceos são a infraordem que reúne os mamíferos adaptados para a vida em meio aquático).

A Baía de Algoa se junta a outros quatro WHS: a Baía de Hervey, na Austrália; a área marinha de Tenerife-Gomeira, no arquipélago das Canárias, na Espanha; a cidade de Dana Point, na Califórnia, nos Estados Unidos; e a área conhecida como Bluff, em Durban, na África do Sul.

Com esse credenciamento, a Baía de Algoa também passa a servir a indústria do turismo como um destino de referência quando o assunto é boas práticas. Além de, logicamente, fortalecer-se como um polo para as comunidades celebrarem a cultura marinha, sua riqueza e a biodiversidade.

Para as pessoas em geral, os locais reconhecidos como Patrimônio das Baleias fornecem aos turistas uma maneira fácil de selecionar destinos responsáveis para a observação de baleias e golfinhos: lugares onde as pessoas podem tomar contato com esses animais em seu habitat natural, de forma autêntica e respeitosa.

Saiba mais sobre a Baía da Algoa

A cidade de Porto Elizabeth, onde a Baía de Algoa está localizada, é uma joia escondida na África do Sul para observação de baleias e golfinhos, bem como outros avistamentos da vida selvagem. A região recebe visitas sazonais de baleias-francas-austrais, baleias-jubartes e de golfinhos-corcundas-indopacíficos. Ali está também a maior colônia de reprodução de pinguins africanos do mundo. Outras espécies residentes são os golfinhos comuns, golfinhos nariz-de-garrafa (golfinhos-roazes), baleias-de-bryde e atobás-do-cabo.

Aspecto único na Baía de Algoa é o grande número de golfinhos-roazes-do-índico, com grupos de até 800 indivíduos encontrados em passeios marítimos. Um projeto de pesquisa científica iniciado na década de 1990 estima que existam aproximadamente 30 mil golfinhos da espécie.

Na avaliação de Nick Stewart, diretor global de campanhas da Proteção Animal Mundial, “o credenciamento da Baía de Algoa como Patrimônio das Baleias é imensamente importante na proteção da vida selvagem na África do Sul. Ele mostra uma alternativa viável e sustentável em relação a atrações cruéis, tais como empreendimentos que abusam da vida selvagem como entretenimento, por exemplo explorando golfinhos em cativeiro, entre outros. O destino também deixará em evidência as empresas de turismo que oferecem aos turistas uma experiência maravilhosa vendo baleias e golfinhos na natureza, lugar ao qual pertencem, enquanto protegem o bem-estar da vida selvagem marinha”.

Para Lloyd Edwards, proprietário da empresa Raggy Charters/The Baywatch Project e membro do Comitê Diretor do novo local reconhecido como WHS, “tornar-se um Patrimônio de Baleias garantirá que os visitantes da área marinha da Baía de Algoa estejam contribuindo com destinos que celebram o patrimônio natural, que protegem a vida selvagem marinha e que constroem uma conexão entre os moradores locais e a vida marinha. Isso, além da oportunidade de observar mamíferos marinhos no oceano, de participar de festivais animados e de outros eventos que celebram o ambiente marinho e proporcionam educação e inspiração para turistas e moradores locais”.

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